terça-feira, 31 de maio de 2011

We Were Free!


Sou Soldado do meu sofrimento,

Vivo exilado no sonho,

Mas, não sou sonhador.

Apenas imagino coisas.

Imagino-me num unicórnio supersónico.

Sigo-te pelo mais íngreme estorvo,

Deixas-te possuir.

Fazes-me guerreiro!

Combato o vazio,

Enfrento as lágrimas.

Bebo-as!

E choro de novo!

Fazes-me vencedor.

Vivo apaixonadamente as minhas falhas,

Sigo melancolicamente as minhas conquistas,

Temo ferverosamente o desconhecido,

Abraço nostalgicamente o extraordinário.

Deixas-te conquistar!

Fazes-me a minha própria energia gravitacional,

Apoio sobre mim o sol e a lua,

Faço-te voar.

Sou livre!

Deixo-te pensar em mim,

Deixo-te fruir-me,

Deixo-te delimitar-me!

Mas, só sou eu…

Uma alma musculada subordinada a um corpo frágil!

Um marginal poético,

Saciado de perigo,

Esfaimado pela busca.

A busca da perfeição.

A perfeição metafórica do Eu,

A perfeição metafórica do Nós!


quarta-feira, 18 de maio de 2011

FreakLand 2!

Com arzinho de “Maria Chique”, Tasha estava absorta a tudo que se passava mesmo na sua frente, só se importava em pegar no espelho que tinha na mala e retocar a maquilhagem.

A jovem Stata - que espantosamente tinha todas as partes do corpo intactas, não possuindo ainda mais alguma - era filha adoptiva de Kraklin. Sendo a mais nova dos habitantes freaklandeses, Stata não percebia de todo o que Tasha estava para ali a fazer.

- Ta, ta shî vi mo shopping? (o, o que é um shopping?) - perguntava Stata ao seu pai. Obviamente, ninguém percebia nada, muito menos Kraklin.

Do estojo de maquilhagem, Tasha tira um batom. Kraklin, todo atrapalhado a ver aquilo pensava que era uma arma de destruição maciça ou algo do género.

- Cocucá shi vi ropula-pi om cailakú! (aposto que é "rendam-se" em anormalês!) – respondia Kraklin à sua filha, ao ver o objecto.

Receando o pior, o “grupinho” de freaklandeses mexiam as suas “cabeçorras” apavorados.

- Zuuu! (ahhhhh!) – afirmava Xixorri.

Milissegundos após Tasha pegar no seu batom, os habitantes de FreakLândia perceberam que aquele objecto minúsculo não se tratava de uma arma, a não ser que Tasha se estivesse a mutilar ao colocar aquele coisa rosa choque que subia se rodasse a “partezinha” azul sobre os seus lábios. De qualquer maneira, tudo seria de esperar vindo daquela criatura, inclusive assassinatos em série seguidos de automutilações. Mas, aquele monstro de silhueta esquelética, vestidos curtíssimos e fenomenais botas com uns não menos fenomenais vinte centímetros de salto, era tudo menos perigoso, pensavam os freaklandeses.

Como quaisquer seres, o povo freaklandês era extremamente curioso, principalmente Stata e Cuscáki, as “crianças-graúdas” da população.

- Rócarri ci cacho? (Podemos tocar-lhe?) - perguntava Cuscáki,

- Usha! (sim!) - respondia Kraklin, sabendo já que aquele ente mesmo em sua fronte era inofensivo.



Então Cuscáki avançou, passo a passo, como um lânguido caracol, costas inclinadas para a frente, pernas flectidas e abertas, um vestido sujíssimo que nem as coxas lhe cobria. Mas Tasha continuava a olhar fixamente para o seu espelhinho, desta vez tentando tirar aquela pintinha preta que tinha dentro do olho, aquela que está no interior da rodinha com cor azul, pois pensava que aquela pintinha preta fosse um bocadinho de rímel que deixara quando retocou as pestanas. Coitada, nem sabia que o que lhe permitia ver era aquela pintinha.

Tasha pressente Cuscáki a aproximar-se. Guarda de imediato o espelho na sua mala, não fosse aquela “coisa” que se aproximava dela, roubar-lhe o estimado espelho. A dois micrómetros de distância, Tasha olha, nesciamente para Cuscáki. Lentamente, a habitante de FreakLândia percorre com o seu enorme nariz todo o corpo de Tasha, que curiosamente, deixa Cuscáki prosseguir pois o máximo que poderia acontecer seria ficar com a sua fatiota cheia de fluidos vindos da pequena Cuscáki, o que de qualquer maneira só sujaria um bocadinho, e se Tasha ficasse suja, existia mesmo a seu lado uma exagerada lagoa azul, e como Tasha tinha na sua mala uma macro-amostra de gel de banho, seria um banho quase a sério.

- Cóssâmis quaqui! (Podem vir!) – gritara Cuscáki aos seus discípulos. Kraklin foi o primeiro a avançar, também não seria de esperar outra coisa, afinal de contas Kraklin era o “Dirigente dos Habitantes de FreakLândia”, DHF para simplificar.

O segundo a avançar foi Xixorri, tremia desmesuradamente. Atrás de Xixorri seguia Nhecki, Stata, Kichóki, Picôxurri, Nòxica, e a lista continuava, parecia uma comitiva.

Tasha vendo aquela multidão vindo em sua direcção, ficara de todas as cores.

Era mais que óbvio o que a criatura que a estava a cheirar dissera a todos que se aproximassem, e se uma a inalá-la de cima a baixo já era extremamente desagradável, uns setenta a fazê-lo seria inconcebivelmente repugnante e acima de tudo, pouquíssimo chique.

Após a sua face percorrer todas as cores do espectro, Tasha sente medo. É então que Dúsxaki, o último da fila, uma múmia ultra-musculada e com dois metros e meio de altura se atira para cima de Tasha para tentar cheirá-la. Tasha é brutamente esborrachada. Dúsxaki levanta-se ligeiramente e cheira então a criatura. Kraklin estava no fim da fila aquando da “placagem” que derrubara Tasha.

- Kicáxu! (Chega!) – berra, indignado.

Param todos. Kraklin dá um passo em frente. Os habitantes de FreakLândia desobstruem o caminho para o chefe passar. Kraklin prossegue. Alguns minutos depois, chega a Tasha. Os dois olham-se. Tasha desvia o seu olhar de Kraklin. Kraklin vira-se para o lugar de onde vieram e aponta para uma enorme fogueira.

- Shirró-lú arrásá? (Queres-te aquecer?) – pergunta Kraklin.

Tasha não entende Kraklin, mas como o humilde freaklandês tinha apontado para a fogueira, a criatura percebera então o que Kraklin lhe perguntara. Tasha suspira de alívio. Responde com a cabeça, movendo-a na vertical. Tasha dá um passo, Kraklin dá-lhe a mão dirigindo-a pela multidão. Cuscáki e Stata olhando-se.

A filha de Kraklin, com vozinha de criança que mal se ouvia no meio daquela algazarra, afirma:

- Hizúcá-és! (Sigam-nos!)

Stata avança e Cuscáki acompanha-a, assim como os restantes. A curta viagem até à fogueira demorara dez minutos, cinco segundos e 24 milésimos.

Tasha foi a primeira a sentar-se, depois senta-se Kraklin, mesmo ao seu lado. Stata correu logo para o lado de Tasha, não fosse alguém roubar-lhe o lugar junto a ela.

domingo, 15 de maio de 2011

Inédito...

Está tudo louco...
Pela segunda vez no mesmo dia, o peixe da sis, saltou do aquário.
A primeira correu bem, saltou, caiu no armário e alguns minutos depois socorreram-no.
A segunda dei para o torto. Saltou, caiu ao chão e quando o socorreram já estava seco...
Poor fish!

:'(

quinta-feira, 12 de maio de 2011

FreakLand 1!

No seio da galáxia Anormedra, existia uma pequena província, FreakLândia. Esta diminuta localidade tinha uma peculiar particularidade que em comparação com as suas terras vizinhas a tornava especial. Era habitada por seres que aos olhos ordinários seriam denominados como “monstruosidades”.

A ampla diversidade de criaturas exuberantes, tornava FreakLândia num genuíno proscénio de preciosidades geneticamente manipuladas e figuras míticas cinematográficas. Era o caso das múmias toscas com ligaduras “cor de imundície”, cujo seu odor próprio tornava, particularmente difícil a comunicação destas mesmas múmias com os restantes habitantes freaklandeses. Por exemplo, com as estrelas de cinema mutantes que, curiosamente ou não possuíam nariz ou lhes faltavam um dos olhos ou então desfrutavam de mais um, estrategicamente colocado acima dos outros.

Além destas divindades, FreakLândia fruía de soberbas paisagens. Tremendas árvores colossais com troncos de quilómetros de altura e diâmetro e folhas gigantescas das mais diversas cores; esplêndidas cascatas que encobriam grutas mágicas, maravilhosos campos e montes onde floriam lindas orquídeas, rosas, margaridas, etc. Até os animais desta terra tinham características interessantes. Nas quintas freaklandesas existiam ovelhas negras de duas patas e lã sintética, resultantes do cruzamento entre a ovelha Dolly africana e girafas mutantes da galáxia Orion, ainda que cientificamente fosse impossível. Existiam também canários radioactivos, unicórnios com longos cabelos violetas magicamente entrançados, peixes sem escamas com dimensões descomunais, entre outros.

Todos estes seres viviam em perfeita comunhão. As suas almas estavam ermas de pensamentos negativos, apenas existia paz e amor naquelas enormes cabeças e corações. Jamais poderiam imaginar outra forma de viver a não ser assim.

Mas, numa ténue manhã, um dos habitantes de FreakLândia reparara que algo não estava bem. O céu azul estava enlutado, as flores murchas, as águas apodrecidas, os animas mais débeis que nunca, as gigantescas árvores rangiam de medo. Realmente algo não estava bem.

Ao jantar sentiram-se a tremer. Não era mais nem menos que um ligeiro terramotozinho, por isso continuaram.

Só sentiram um terramoto em dois mil novecentos e noventa e nove, altura em que um rinoceronte zarolho caíra sobre as terras de FreakLândia, vindo da galáxia Anirmedra. Pesava pelo menos uns quatro mil e noventa e quatro quilos. As suas orelhas serviam como um novíssimo e sofisticado sistema de refrigeração e as suas patas esmagavam árvores inteiras. Contudo, como aquele indefeso e gigantesco animal não fizera mal a nenhum freaklandês, não havia razão de alarme.

Subitamente, uma enorme luz verde fluorescente surge sobre os céus de FreakLândia. Mais uma vez, os freaklandeses não se preocuparam, seria apenas uma mãe-pirilampo com dificuldades no parto. Porém, jamais uma mãe-pirilampo faria tamanha açougada.

Kraklin, o único machão da população e ainda uma múmia horripilante já só com metade do braço direito, levanta-se de junto da fogueira e dirige-se em direcção à luz, ordenando aos restantes que o acompanhassem. À sua frente, um enorme buraco de dimensões inimagináveis, aprisionava uma, isto dito por Kraklin, “anomalia”. Estava vestida de forma lamentável, pindericamente lamentável.

Receosos de que este bicho hediondo se erguesse e comesse toda a colheita de artrópodes rejuvenescedores que Kraklin e os seus amigos colheram durante todo o milénio passado, afastaram-se. Mas um movimento torácico daquele aberrante monstro levara os habitantes freaklandeses a não arredarem pé dali, mesmo que pudessem ser horrivelmente assassinados. Bisbilhotice supre o medo.

Pouco a pouco, montando peça a peça do seu corpo, a criatura levanta-se. Kraklin, como que por clemência bramia “- po mi rárá tas arrárrátó, cus sâsâ! (não nos comas os artrofit por favor)”. Uma vez que aquele invulgar monstro não era de FreakLândia, não seria de esperar que entendesse o que Kraklin dissera. Foi então que num movimento quase devastador, como se tivesse superpoderes, Tasha, a “anomalia”, ergue-se do buraco que causara com a sua chegada. Se havia oportunidade para os freaklandeses sentirem medo, era agora. Kichóki, braço direito de Kraklin, até fizera “perlimpimpim” pelas pernas abaixo de tanto pavor. Todos eles pensavam que esta seria a última vez que se viriam, pelo menos nesta encarnação.


Agitando os cabelos com a mão direita, segurando a mala com a mão esquerda e com as pernas ligeiramente sobrepostas, Tasha pergunta: “ - onde fica o shopping?”.


domingo, 8 de maio de 2011

Eins!

Obrigado F.B. por teres dito que jamais seria feliz!
Obrigado por teres dito o que não devias.

Fuck ya, bitch!

sábado, 7 de maio de 2011

Fact No. 2!

Não sei se quando era mais novo, por volta dos 6/7 anos, suspeitaria que me viria a tornar isto ou aquilo, ou que teria o que queria ou o que não queria, se seria feliz ou não.
Mas agora, que passaram os 18, wow, tenho a sensação que cada passo que dou estou mais perto do abismo.
Não há um único dia que tenha dito "este foi o melhor dia da minha vida", até agora, e duvido muito que o vá dizer.
Custa imenso adormecer todos os dias com o sentimento de não querer acordar no dia seguinte, pois não sei que farei nesse dia, o que sentirei, quem me apoiará. E por mais que queira contrariar esse sentimento, não consigo.
O corpo começa a falhar, a alma começa a atraiçoar-me, os meus olhos começam a ver de maneira diferente, tudo que faço parece-me amador, tudo que sinto parece uma forma de me dizer que não pertenço aqui.
E depois de tudo isto, estou a descer a rua e passa por mim um lindo casalinho aos beijos, completamente apaixonado?! Bah, só apetece começar à chapada aos dois, por terem algo que, para ser sincero, não sei se alguma vez terei. Não acredito no amor, não acredito em mim, e não acredito que alguém me vá amar.
Mas, ok, não é que me importe, claro está, apenas aquela inveja que sinto quando alguém fala no namorado, blah blah blah, me deixa fora de mim.
Dá-me vontade de chorar, chorar e chorar. Faz-me sentir que nunca me adaptarei ao mundo, à realidade, realidade em que vivo.
Era mais fácil se tudo fosse como nos contos de fadas.
Ou então que fosse como queria. Que o meu príncipe encantado me olhasse na rua, e a terrível bomba pulsante começasse a bater a 200 à hora, como quem diz "este é o tal, si, sim, beija-o". Mas infelizmente, não é como queremos.
Não é como eu quero.

Fuck!


sexta-feira, 6 de maio de 2011

Lembraste?!

Lembraste?!
Estava escuro, e tu beijavas-me nos lábios?!
E aquelas coisas que me sussurravas ao ouvido,
“Adoro fechar os olhos e imaginar-te”!
Senti-te perto.
Sentia-te!

Lembraste?!
Os segredos que contavas?!
Que loucuras,
Apenas pareciam loucuras…
Desculpavas-te logo,
Com aquele sorriso nos lábios.

Lembraste?!
Quando chorava nos teus braços?!
Quando me olhavas nos olhos e dizias:
“Não há nada de errado,
A lua regressa aos céus todos os dias,
O sol continua a acordar todas as manhãs,
A chuva continua sem cair,
O verão despertou há dias,
O mundo continua às voltas,
E nós continuamos às voltas com o mundo,
Não há nada de errado, amor!”

Lembraste?!
Quando saíste?!
O que me prometeste?!
O que não cumpriste?!

Lembraste?!
Do nosso último beijo de despedidas?!
Do nosso último beijo de boa noite?!
Da nossa última noite?

Lembraste?!
Quando juraste que me amarias sempre?!

Lembraste?!
Quando o beijavas enquanto me olhavas?
E quando me olhaste,
Dizendo-lhe “amo-te”?!
Lembraste?!

Lembraste, amor?!

Não te preocupes!
Já encontrei o meu coração!
Já deixei de te procurar!

Não te preocupes!
Já sei que o amas!
Já sei que te esqueci,
Já nem sonho contigo!

Deixa!

Eu entendo!
Encontraste-o!

Eu sei,
Não há nada de errado,
Afinal,
Andamos às voltas com o mundo!
Não é, amor?!